A criação da lei 19.823, que concede incentivo financeiro
aos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, conhecida como
Bolsa-Reciclagem, completa dois anos de sua implantação.
De acordo com dados apresentados, somente entre o segundo
semestre de 2012 e primeiro de 2013, as cooperativas e associações de catadores
de Minas foram contempladas com mais de R$ 4,2 milhões!
Esqueçamos o beneficio social; apenas com essa lei foram
mais de 29 mil toneladas de resíduos que deixaram de ir para aterros sanitários.
Um ganho profundamente positivo para o meio ambiente. Além disso, essa é uma
das poucas “bolsas” sociais que incentivam o profissionalismo, já que o
cadastro em Entidades de recicladores é obrigatório.
Os catadores – me desculpem não usar o politicamente correto
“recicladores” – são cidadãos. Merecem respeito. E precisam, acima de tudo
compreender a importância da reinserção junto à sociedade, eliminando dessa
classe os vícios que normalmente assolam os moradores de rua, a grande maioria.
O Programa é perfeito sob o aspecto da inserção social, da geração de EMPREGO E
RENDA. Emprego, já que profissionaliza uma classe habitualmente discriminada.
Renda, na medida em que cria a condição de uma vida melhor, economicamente
falando, para aquele cidadão que circula pelas ruas à procura de materiais
recicláveis que, não aproveitados por ele, com certeza iriam poluir ainda mais
nossas cidades.
Enquanto vemos a criação de novas Entidades em outros municípios
visando a coleta seletiva, permanecemos estagnados em Santa Luzia no tocante
à cooperativas ou associação visando o incentivo para os nossos catadores de
papel. E assistimos, inertes, uma Av. Brasília às 19h de todo dia, com suas
esquinas lotadas de papel, papelão, latas e madeiras, à espera dos lixeiros que
irão entulhar ainda mais o nosso aterro, hoje um foco poluidor.
Somos todos cientes de que uma grande mudança há de
acontecer na questão Lixo em toda a Grande BH. No entanto, a centralização do
descarte não inibe ao Poder Executivo de sua parcela de responsabilidade quanto
ao tocante da Coleta Seletiva. Esta é mais que uma obrigação, é uma resposta
esperada pela população visando à melhor qualidade de vida da sociedade. Enquanto
vivermos numa cidade sem lixeiras, sem apoio ao catador de papel, sem
regulamentação no tocante aos horários de despejo dos lixos nos corredores
principais, haveremos de ser um péssimo exemplo de civilidade para todas as
cidades circunvizinhas.
Aguardamos com ansiedade ações efetivas de Meio Ambiente em Santa Luzia!
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