sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

BOLSA RECICLAGEM!



A criação da lei 19.823, que concede incentivo financeiro aos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, conhecida como Bolsa-Reciclagem, completa dois anos de sua implantação.
De acordo com dados apresentados, somente entre o segundo semestre de 2012 e primeiro de 2013, as cooperativas e associações de catadores de Minas foram contempladas com mais de R$ 4,2 milhões!
Esqueçamos o beneficio social; apenas com essa lei foram mais de 29 mil toneladas de resíduos que deixaram de ir para aterros sanitários. Um ganho profundamente positivo para o meio ambiente. Além disso, essa é uma das poucas “bolsas” sociais que incentivam o profissionalismo, já que o cadastro em Entidades de recicladores é obrigatório.
Os catadores – me desculpem não usar o politicamente correto “recicladores” – são cidadãos. Merecem respeito. E precisam, acima de tudo compreender a importância da reinserção junto à sociedade, eliminando dessa classe os vícios que normalmente assolam os moradores de rua, a grande maioria. O Programa é perfeito sob o aspecto da inserção social, da geração de EMPREGO E RENDA. Emprego, já que profissionaliza uma classe habitualmente discriminada. Renda, na medida em que cria a condição de uma vida melhor, economicamente falando, para aquele cidadão que circula pelas ruas à procura de materiais recicláveis que, não aproveitados por ele, com certeza iriam poluir ainda mais nossas cidades.
Enquanto vemos a criação de novas Entidades em outros municípios visando a coleta seletiva, permanecemos estagnados em Santa Luzia no tocante à cooperativas ou associação visando o incentivo para os nossos catadores de papel. E assistimos, inertes, uma Av. Brasília às 19h de todo dia, com suas esquinas lotadas de papel, papelão, latas e madeiras, à espera dos lixeiros que irão entulhar ainda mais o nosso aterro, hoje um foco poluidor.
Somos todos cientes de que uma grande mudança há de acontecer na questão Lixo em toda a Grande BH. No entanto, a centralização do descarte não inibe ao Poder Executivo de sua parcela de responsabilidade quanto ao tocante da Coleta Seletiva. Esta é mais que uma obrigação, é uma resposta esperada pela população visando à melhor qualidade de vida da sociedade. Enquanto vivermos numa cidade sem lixeiras, sem apoio ao catador de papel, sem regulamentação no tocante aos horários de despejo dos lixos nos corredores principais, haveremos de ser um péssimo exemplo de civilidade para todas as cidades circunvizinhas.
Aguardamos com ansiedade ações efetivas de Meio Ambiente em Santa Luzia!

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