Um levantamento inédito feito pela Prefeitura de Belo Horizonte apontou que quase metade (44%) do território da capital é completamente permeável. Impedida por asfalto e cimento, a água da chuva não infiltra no solo e deixa de recarregar o lençol freático, responsável por abastecer as nascentes dos rios - que agora estão secas. A situação é fator que contribui bastante para a crise hídrica que Minas vive hoje.
Além da falta de água, essa taxa alta de impermeabilidade provoca outro problema na cidade: as enchentes e inundações. Com a água da chuva não tem terreno permeável para ser drenada, ela escoa para as partes mais baixas, transbordando os córregos urbanos e inundando vias.
O percentual de áreas permeáveis (56%) foi levantado pela Secretaria Municipal Adjunta de Politicas Urbanas a partir de imagens aéreas, o que pode mascarar uma situação ainda pior. Em 2010, as áreas com vegetação na capital mineira representavam menos de 2% do território, e as áreas verdes protegidas, como parques, 13%. (Jornal Super - 10.02.15 - por Joana Suarez)
Questiona-se então a ação dos executivos e legislativos que não estão pensando nas consequencias das pseudo-melhorias ao requisitar e asfaltar ruas em locais onde o transito não justifica tal recapeamento. Falta preocupação com o meio ambiente, sobra gana política pelo voto. O asfalto deixa o cidadão-eleitor satisfeito, sem medir o resultado final. O asfaltamento de vilas e aglomerados cria para os moradores da parte mais baixa da cidade - bairros inclusive ditos nobres - reféns das enchentes causadas pela falta de sucção da água de chuva pelo solo. A falta de áreas cobertas por árvores causa um efeito de estufa na atmosfera da cidade aumentando a sensação térmica de calor e o real aumento das temperaturas. O proprietario de imóveis busca cimentar suas áreas úteis, acabando com os quintais antes plantados com árvores frutíferas, sempre pensando no imediatismo do bem estar interno.
E aí? O que fazer? Como buscar soluções que, a curto prazo mudem o pensamento da sociedade, já que a mudança desse panorama com certeza só poderá acontecer de médio a longo prazo?
A questão que se levanta só tem uma solução: educação! Profundas e sérias intervenções nas escolas visando a formação de novos cidadãos conscientizados da importancia do tema MEIO AMBIENTE. Da convivencia homem x natureza. E buscar, seja pelo benefício de descontos em impostos, seja pela conscientização plena do cidadão da importancia de não permear o solo de sua residencia, seja pela contribuição para o descarte correto de lixo e materiais em desuso; campanhas de reflorestamento de praças e parques com espécimes de árvores condizentes com o local e o clima das cidades; incentivos reais a entidades que busquem a sustentabilidade como plano de gerenciamento.
Essa importante questão, que afeta o nosso presente e pode destruir o futuro de nossos descendentes precisa de ampla discussão, participação efetiva de nossos representantes nas câmaras e assembléia, e acima de tudo, o aprofundamento do assunto nas rodas de discussão de toda nossa sociedade.
Plante uma árvore: a natureza implora e seu futuro pede!
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