A falta de políticas públicas, alijadas dos interesses eleitorais, visando à conscientização e à facilitação para a coleta desse produto do nosso lixo já vem causando incomodos por toda a parte. O vidro, apesar de 100% reciclável - note que mesmo os produtos "não aceitos" pelo controle de qualidade têm seu reaproveitamento assegurado - não vem sendo coletado por um motivo simples: o seu valor financeiro é baixo e, portanto, a coleta feita pelo setor produtivo é num primeiro momento inviável.
Percebe-se então a importancia de ações do terceiro setor e do poder público nas atitudes que visem à criação de mecanismos suficientemente fáceis de serem acessados pela população com vistas à reciclagem do produto. Entidades não governamentais, as quais não visam lucro, podem agir na coleta e na remuneração dos recicladores, permitindo o interesse pela comercialização do vidro. O poder público pode, e deve, agir no sentido de criar facilitadores para que as entidades possam iniciar seus trabalhos, através do financiamento ou mesmo a doação da mini-usina de reciclagem. Acima de tudo, é preciso perceber a necessidade de criar um coletador e separador para materiais de vidro poluentes - espelhos, tubos de monitor e TV, vidros laminados, etc - para que assim seja possível ao cidadão comum a condição para o descarte correto do material.
Não é preciso lembrar que o vidro, mesmo com todas as suas vantagens, traz consigo o perigo de acidentes graves, seja no âmbito da residencia, seja mesmo para o lixeiro. Jogado de maneira irresponsável no meio ambiente pode causar ainda mais danos, até mesmo à fauna. Precisamos, de imediato, pensar em soluções que criem verdadeiros implementadores de solução para o caso apresentado.
Uma usina de reciclagem de vidro municipal é fator de desenvolvimento e de cultura do morador. O projeto é criador e complementador de renda para o reciclador. É fator de segurança para a comunidade. E resguarda os profissionais do lixo em seu trabalho. Não tem como discutir: é projeto que precisa de execução!